Como registamos uma história do esquecimento?
Será possível relatar os abalos da coabitação humana no Antropoceno sem evocar o que os precedeu? Sem os estilhaços da sua longa história de império, extracção e as múltiplas formas de administração da violência?
Anne McClintock
Professora A. Barton Hepburn de Estudos de Género e Sexualidade e membro do High Meadows Environmental Institute na Universidade de Princeton. O seu trabalho, de carácter interdisciplinar e transnacional – tanto académico como criativo –, explora as intersecções entre raça, género e sexualidades; imperialismo e globalização; cultura visual e meios de comunicação de massa; violências de género e sexuais; bem como ecologia e estudos sobre animais. Entre as suas obras incluem-se Imperial Leather. Race, Gender and Sexuality in the Colonial Contest; Dangerous Liaisons. Gender, Nation and Postcolonial Perspectives (co-editado); biografias breves de Simone de Beauvoir e Olive Schreiner; e as colectâneas Sex Workers and Sex Work e Race and Queer Sexualities (co-editada), além de ensaios de não-ficção e fotografia. O seu livro mais recente, Unquiet Ghosts. From the Forever War to Climate Chaos (Duke University Trade Series), aborda questões como colonialismo invasivo, ‘indigeneidade’, fotografia, caos climático, deslocações em massa de populações e outras espécies, subida do nível médio das águas, militarização e a modernidade carcerária. O seu trabalho encontra-se traduzido para dezasseis línguas.