A entropia leva à dispersão da energia, criando gradientes e instabilidades que conduzem à auto-organização. À medida que os sistemas avançam em direção ao equilíbrio, surgem estruturas locais — redemoinhos, dunas, limites, limiares, ecossistemas — formas e paisagens complexas que emergem do caos, canalizando fluxos e sustentando padrões dinâmicos no seio da fuga mais ampla da vida da tendência irreversível para a entropia máxima.
Pablo Peréz-Ramos
A investigação de Pérez-Ramos centra-se nas associações estéticas e formais entre o design e as ciências naturais, sendo informada por interesses na cultura material, nas humanidades ambientais e na filosofia da ciência. Estudou as origens das narrativas ecológicas na arquitectura paisagista contemporânea, analisando os principais debates da teoria ecológica ao longo do século XX. O seu interesse pela intersecção entre ciência e design tem-se alargado recentemente para abranger os campos da termodinâmica, da sistemática biológica e da teoria da evolução. Esta agenda teórica sustenta uma investigação contínua sobre estratégias de adaptação climática, saberes tradicionais e práticas agroecológicas em paisagens produtivas sob condições de calor e aridez extremos, incluindo regiões como o Magrebe, o noroeste da Índia, o Peru e os Vales Centrais de Oaxaca, no México. O seu trabalho preocupa-se, em última análise, com as tensões e interferências formais existentes entre a tecnologia humana e as outras forças e processos físicos — tectónicos, atmosféricos, biológicos — que moldam as paisagens.