A coabitação, com todas as suas conveniências e desafios que a acompanham, tem sido, ao longo dos séculos, o principal objetivo da construção das cidades. Contudo, o próprio ato de construir implica separação, a definição de diferenças e demarcações. Implica tornar as diferenças visíveis, não permitindo a entrada dos outros. Como reimaginar uma polifonia de abordagens à crise climática?
Lucia Pietroiusti
Directora de Ecologies at Serpentine, em Londres. Enquanto curadora, programadora e estratega organizacional, trabalha na intersecção entre arte, ecologia e sistemas, muitas vezes para lá do espaço expositivo. Ecologies at Serpentine é uma iniciativa holística, integrada e flexível, concebida para incorporar a responsabilidade ambiental em toda a infra-estrutura, operações, redes e programação da Serpentine. A iniciativa evoluiu a partir do projecto General Ecology, criado por Pietroiusti na Serpentine em 2018, e que inclui investigação, comissões artísticas, programação, rádio e iniciativas de longo prazo em rede. Tendo centrado a sua investigação sobre ecologia na arte e na cultura durante a última década, Pietroiusti foi a curadora da ópera-performance Sun & Sea, de Rugile Barzdziukaite, Vaiva Grainyte e Lina Lapelyte – o Pavilhão da Lituânia na 58.ª Bienal de Arte de Veneza, vencedor do Leão de Ouro.